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Liberdade de expressão para quem?


Nesta quarta, 15 de abril, mais um estudante universitário palestino foi sequestrado pelas SS de Donald Trump, que também atendem pelo nome de Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). Mohsen Mahdawi, que participou ativamente dos protestos em defesa da Palestina na Universidade de Columbia, foi detido durante uma audiência no escritório da imigração em Vermont, onde encaminhava a finalização do seu processo de cidadania norte-americana. Assim como Mahmoud Khalil, também estudante de Columbia, preso em 8 de março e com processo de deportação em curso, Mahdawi está legalmente nos Estados Unidos e possui o green card. Depois da sua detenção, ele foi levado a um local desconhecido.


Este é o país que se gabava de ser o paladino das “liberdades” e dos “direitos humanos”. Se é certo que nunca os respeitou nos países que agrediu militarmente – quem não se lembra dos horrores da prisão de Abu Ghraib? –, não deixa de ser sintomático que rasgue descaradamente mesmo as formas mais elementares de direitos civis dentro do seu próprio território, inclusive na perseguição a estudantes das mais renomadas universidades, assim como no desfinanciamento de suas pesquisas, o que não apenas expressa uma clara censura como também a impossibilidade de que a ciência possa se desenvolver livremente se estiver subordinada a uma lógica de financiamento privado e de lucro. A extrema-direita, que atua em todo o mundo em nome da “liberdade individual”, contra a “tirania do Estado” e pela “liberdade de expressão”, revela com Trump sua verdadeira face de inimiga maior dos mínimos direitos democráticos do povo. Estudantes são sequestrados e deportados por defenderem a soberania palestina, num país em que aos nazistas é permitido manifestar-se livremente, em nome da sacrossanta Primeira Emenda... Que lixo ocidental, não?


Seja como for, essa reação desenfreada não é mais do que uma contracorrente, transitória do ponto de vista histórico. Cada vez mais se reanima o movimento popular no interior dos Estados Unidos, não só em defesa da invencível resistência palestina, bem como contra o seu fascismo interno. No fim das contas, a sublevação patriótica e anti-imperialista que ganha força em todos os continentes contra a agressão ianque e a preparação da nova guerra imperialista pela partilha mundial, criarão as condições para a derrocada de chorumes da laia de Trump, mas esta somente poderá ser completada pela ação dos próprios trabalhadores norte-americanos, que apenas pela própria experiência e através de uma série de choques violentos poderá se curar da doença do chauvinismo. Afinal, como bem dizia Marx, referindo-se ao proletariado britânico de sua época, não pode ser livre um povo que oprime outro povo.



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